quinta-feira, 13 de junho de 2013

Três.

          Meu salário não é lá aquelas coisas mas consigo me sustentar tranquilamente. Ganho pouco mas dá pra sobreviver. Quando falta grana, por causa de uma roupa ou de uma viagem a mais (ou muita bala), eu peço dinheiro emprestado aos meus pais que moram no subúrbio. Invento alguma desculpa para que eles liberem o dinheiro, eles hesitam, mas, sempre me dão. Sou muito filho da puta. Sou o mais novo de três irmãos. Uma, a mais velha, é casada e mora na minha cidade natal. O outro, meu irmão do meio, vive o mesmo drama que eu - namora uma menina de outra cidade, que é São Paulo. Só que as histórias são bem diferentes. Ele estava de casamento marcado com uma guria aqui de Curitiba, até que houve um baita desentendimento que acabou devastando tudo o que haviam construído juntos. O noivado se foi. Esta, de São Paulo, era um caso antigo, ou seja, eles já se conheciam antes. Fico feliz por ver que ele está feliz com seu novo-velho amor. Ele viaja semana sim, semana não para passar os fins de semana com ela. Quando ele não viaja, ela é quem vem até ele - haja dinheiro! A única coisa que me aflige é que não a conheço. Conheço, assim, por internet, mas ele nunca a levou até a casa dos meus pais para que eles pudessem conhecê-la.
          Tenho ouvido muita música cantada em português. Deixei o Yacopsae e o Nails de lado e passei a ouvir mais coisas como Belchior. Estou adorando. Quando ouço uma canção de amor, penso logo em mandar parte da letra pra Marina. Sei que isso pode parecer idiota, mas, ela disse que gosta, então continuo mandando, né? - espero que ele não se canse disso, pois tenho muita música na ponta da língua.

"Ó moça formosa
és minha e só minha
a ninguém pertences
a ninguém senão a mim."



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