quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dois.

(Curitiba, PR)
          No caminho para o trabalho sempre passo na lanchonete que tem descendo meu prédio para comprar umas balas, dessas que deixam o hálito gostoso. Às vezes, tenho que fazer dez balas durarem dez dias. Falta dinheiro até pra balinha. A guria que me vende as balas é Rebeca. Ela usa um boné da lanchonete que a deixa muito sexy. Ela sempre me quis, segundo meus amigos, mas nunca me interessei por ela, apesar de ser bem bonita. Rolava uns boatos de que eu era gay. Há quem duvide da Marina até hoje, quando eu comento que estou namorando uma guria. Chego no trabalho e o desgosto logo me bate na cara. Esse lugar pega pesado comigo...
          As pessoas duvidam de Marina porque só a conhecem por fotos que eu mostro via computador. Marina mora noutra cidade e a gente nunca se viu (ainda...). Mal posso esperar para tê-la em meus braços. Ela ainda não sabe, mas a pintinha que carrega abaixo do nariz me cativa. Não vejo a hora de encher aquela pintinha de beijos. Preciso ver um dia para até a casa dela, conversar com meus sogros. Como ela é minha primeira namorada, essas coisas são meio novas para mim. Não sei se saberei como agir. Será que vou gaguejar? Deus do céu, que frio na barriga só de imaginar. Ela é o motivo de eu ainda não ter intimado a Rebeca a dar umas voltas por aí... Pff, quem vê pensa que eu sou assim, um garanhão. Sou ainda um puta piá de bosta. Desculpa, Rebeca, mas, meu coração está em outras mãos... Mãos, ainda, distantes. Preciso conversar com Marina para ver o que vamos fazer com essa distância toda. Minha vontade de morar pertinho dela não tá cabendo na minha mala.

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